História e Legado

A higienização das mãos transformou a medicina. Nesta seção, você poderá conhecer a trajetória que começou com o trabalho pioneiro de Ignaz Semmelweis, o “salvador das mães”. Em 1847, Semmelweis introduziu a lavagem das mãos com solução de cal na Primeira Clínica Obstétrica do Hospital Geral de Viena, reduzindo drasticamente a mortalidade por febre puerperal.

1847

O médico húngaro Ignaz Semmelweis observa, no Hospital Geral de Viena, que mulheres atendidas por médicos (que iam direto da sala de autópsia para a enfermaria) morrem de febre puerperal em proporção muito maior do que aquelas atendidas por parteiras. Ele então institui a lavagem das mãos dos médicos com uma solução de cloro antes dos partos, medida que faz a mortalidade despencar de ~18% para <2%, fornecendo a primeira evidência de que higienizar as mãos previne infecções.
fonte: globalhandwashing.org

1850s

Outros pioneiros reforçam a importância da assepsia. Nos EUA, em 1843, Oliver Wendell Holmes já alertava que médicos atuavam como vetores de doença se não lavassem as mãos entre pacientes. Anos depois, durante a Guerra da Crimeia (1854–1856), a enfermeira Florence Nightingale implementa rigorosas práticas de higiene (incluindo lavar as mãos) nos hospitais militares, reduzindo as infecções nas enfermarias de guerra​. Ainda assim, essas iniciativas sofreram resistência e a adoção ampla da higienização das mãos não prosperou na segunda metade do século XIX.
fonte: globalhandwashing.org

1860–1880

A partir de 1857, os experimentos de Louis Pasteur consolidam a teoria germinal das doenças, fornecendo base científica para as observações de Semmelweis. Em 1867, o cirurgião inglês Joseph Lister, influenciado por Pasteur, introduz técnicas antissépticas na cirurgia (como desinfetar instrumentos e mãos com ácido fênico), obtendo grande sucesso ao reduzir infecções cirúrgicas. Nas décadas seguintes, a teoria dos germes gradualmente é aceita pela comunidade médica, graças aos trabalhos de Pasteur e aos resultados de Lister, estabelecendo de vez a importância da higiene e assepsia no cuidado de saúde​.
fonte: WOUNDSOURCE.COM.

1980s

Após mais de um século de relativo esquecimento do tema, uma série de surtos de infecção hospitalar e doenças transmitidas por alimentos reacende a preocupação com lavagem das mãos. Na década de 1980, o CDC (Centers for Disease Control) dos EUA reconhece oficialmente a higiene das mãos como medida crucial de prevenção e publica as primeiras diretrizes nacionais sobre o tema​ GLOBALHANDWASHING.ORG . A partir daí, outros países desenvolvem normas similares na tentativa de reduzir infecções associadas aos cuidados de saúde.
fonte: GLOBALHANDWASHING.ORG 

2000s

A higienização das mãos torna-se prioridade global em segurança do paciente. Em 2005, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lança o desafio global “Clean Care is Safer Care” (Cuidados Limpos Salvam Vidas), divulgando diretrizes internacionais para higiene das mãos em serviços de saúde​ WHO.INT . Desde então, iniciativas como a campanha anual “Save Lives: Clean Your Hands” (Salve Vidas: Higienize Suas Mãos) da OMS têm difundido boas práticas, e o uso de preparações alcoólicas para fricção antisséptica das mãos consolidou-se como padrão nos hospitais, graças a evidências de maior eficácia e adesão em relação à lavagem com água e sabão​ NCBI.NLM.NIH.GOV . Hoje, protocolos de higienização das mãos são parte fundamental do controle de infecções em hospitais do mundo todo.
fonte: WHO.INT, ​ NCBI.NLM.NIH.GOV

Impacto Atual

As descobertas do século XIX sobre lavagem das mãos moldaram profundamente as políticas modernas de assepsia hospitalar. Atualmente, a higienização das mãos é reconhecida como um dos pilares da prevenção de infecções nos serviços de saúde, figurando em protocolos obrigatórios em hospitais do mundo inteiro​. Diretrizes contemporâneas – como as do CDC e da OMS – enfatizam a importância de os profissionais de saúde higienizarem as mãos nos momentos adequados durante o cuidado (por exemplo, antes de contato com o paciente, antes de procedimentos assépticos e após exposição a fluidos)​. Campanhas globais contínuas, a exemplo de “Clean Hands Count” e “Save Lives: Clean Your Hands”, reforçam essas práticas de forma educativa. Estima-se que programas eficazes de higiene das mãos podem prevenir até 50% das infecções hospitalares evitáveis​, além de reduzir significativamente a transmissão de patógenos resistentes. Em suma, o princípio defendido por Semmelweis – de que mãos limpas salvam vidas – hoje embasa as políticas de controle de infecções e a cultura de segurança do paciente em instituições de saúde ao redor do mundo.
fonte: ​ WHO.INT, WHO.INT